A chegada da tecnologia trouxe inúmeros benefícios para a sociedade, possibilitando a realização de diversas coisas de maneira prática, rápida e eficiente.
O avanço tecnológico mudou a forma como as pessoas se comunicam. O uso de celulares tem sido cada vez mais comum, com aplicativos que se aplicam a diversos fins. No entanto, essa rápida inovação da tecnologia reduz a vida útil dos aparelhos elétricos e eletrônicos. Um impacto negativo desse cenário é o aumento do lixo eletroeletrônico.
O lixo eletroeletrônico é composto por computadores, celulares, televisores, geladeiras, impressoras, etc. É todo aparelho elétrico e eletrônico que foi descartado
por alguma razão.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2016 foram gerados 44,7 milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico no mundo. O Brasil é o segundo maior produtor desse tipo de resíduo nas américas, perdendo somente para os Estados Unidos. É o resíduo que mais cresce no mundo.
Dois fenômenos da atualidade contribuem para o consumismo exacerbado de produtos elétricos e eletrônicos: a obsolescência programada e a obsolescência perceptiva.
A obsolescência programada é um conceito que surgiu com o avanço do capitalismo. O produtor decide, propositadamente, reduzir a vida útil de determinado produto para obrigar o consumidor a comprar mais e consequentemente descartar mais. É a fabricação de um item já programado para estragar.
A obsolescência perceptiva está diretamente ligada à modernização do produto, em aspectos visuais, porém com pouca mudança na funcionalidade. Esse conceito convence o consumidor de que o seu produto já está velho e ele precisa adquirir um mais bonito e moderno, a última versão. Esse fenômeno também estimula o consumidor a comprar e descartar mais.
Por ser um resíduo que contém metais pesados e tóxicos como o mercúrio, chumbo e cádmio, se armazenado e descartado de maneira inadequada, o lixo eletroeletrônico pode ter graves consequências para a saúde e para o meio ambiente.
Assim como outros tipos de resíduo, o lixo eletroeletrônico requer um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). É importante fazer um manejo adequado, desde a geração até a destinação final. Se armazenado em local aberto, exposto a fatores climáticos, pode liberar substâncias tóxicas e contaminar o solo e as águas.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, objetiva a gestão integrada e prevê que empresas que produzem itens eletroeletrônicos devem se responsabilizar pelo ciclo de vida destes, através da logística reversa.
A logística reversa é o retorno de determinado produto ou embalagem ao processo produtivo ou para uma destinação correta, visando o aproveitamento de recursos e a preservação do meio ambiente. Nessa logística, a empresa fabricante fica responsável por recolher o produto ou embalagem, após o consumo.
Empresas que geram esse tipo de resíduo em seus processos, como assistências técnicas de celulares e computadores, bem como fabricantes, têm muito a ganhar implantando um Plano de Gerenciamento de Resíduos.
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Elétricos e Eletrônicos tem a função de:
- Identificar quais os processos que geram resíduos;
- Caracterizar os resíduos gerados, ou seja, classificá-los quanto a periculosidade e quantificá-los;
- Definir quais serão as formas de manuseio, acondicionamento, armazenamento e coleta dos resíduos;
- Apontar como será realizado o transporte dos resíduos, bem como seu tratamento e destinação final;
- Informar maneiras de reuso e reciclagem.
Esse plano de ação é capaz de reduzir os resíduos da fonte geradora e os gastos vinculados, além de proporcionar soluções para o aproveitamento econômico do ouro, prata e cobre presentes em alguns componentes eletrônicos.
Uma empresa que preza pelo manuseio e destinação correta dos seus resíduos tende a sobreviver no mercado, evitando multas e autuações, preservando sua imagem perante os stakeaholders, além de contribuir para a preservação do meio ambiente.